terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A RELIGIÃO COMO MECANISMO DE DOMINAÇÃO

   A religião surge da necessidade do homem crer em algo superior e de responder perguntas que a ciência ainda não respondeu: como a origem e o propósito da vida humana. Com isso, surgem as instituições que passam a ter um relevante papel social, como fator de controle e organização coletiva.
Dominação é a possibilidade de um determinado grupo se submeter a um determinado mandato. Isso pode acontecer por motivos diversos, como costumes e tradições, sejam eles religiosos ou não.
Embora, a religião responda questões relevantes no âmbito existencial, ela também exerce forte dominação sobre as pessoas, e exclui toda liberdade individual.
Dentro das religiões existe a dominação burocrática, que é aquela que é representada de forma legal através de normas e estatutos previamente estabelecidos. Especificamente nesse caso o domínio religioso é concentrado na regra, e não à pessoa em si, independentemente da pessoa. O poder sendo impessoal, todos devem obedecer à regra e não à administração pessoal,
desconsiderando todo motivo pessoal ou sentimental do administrador, para que não atrapalhem nas decisões.
A forma mais pura de dominação legal é a burocracia, embora, nenhuma estrutura de autoridade seja puramente burocrática.
Na Constituição de 1824, do Império Brasileiro, proclamava em seu artigo 5º: “A Religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior do Templo”, ou seja, o domínio da igreja nas decisões estatais era grande e influente, não possibilitava o culto de outras Religiões que ocorressem externamente, sendo punido quem externamente manifestasse Religião que não fosse à estabelecida.
Outro sistema de dominação é o tradicional, onde não há regras ou estatutos e a autoridade patriarcal tem o “poder da santidade” para ordenar, administrar, legitimar e dominar. Seus súditos ou “filhos na fé” são dominados pela crença na santidade do seu líder. A dependência dos súditos ao seu senhor é total e absoluta e na maioria das vezes suas ordenações a cargos eclesiásticos são por privilégios ou concessões feitas pelo mandatário. Não havendo estatutos ou regras o líder pode agir com livre arbítrio.
Seja de que forma for, a religião, leva a humanidade a mudanças relativas à conduta em geral, seja crendo num ser superior ou debaixo de um julgo autocrata. Fato que para a sociedade traz benefícios por terem pessoas atentas àquilo que crêem.
Pastor José Maria Júnior

Um comentário:

  1. Graça e Paz Pastor Júnior!
    Esse tema fala algo muito real nos nossos dias e isso já vem desde a antiguidade, pois mesmo nos dias de Moisés vemos a religiosidade de um Povo que "confiava" no momento que viam a rocha brotar água, que criam quando o mar se abria, quando as codornizes eram enviadas, quando a água amarga se tornava doce, mas a adoração se esgotava e davam lugar a religiosidade ao faltar a vista deles o milagre, estavam como religiosos e hoje muitos se apegam nos sinais para acontecer a adoração, quando na verdade o Deus que adoramos é Espírito e nos é necessário adorá-lo em espírito e em verdade. Amei esse tema, Parabéns Pastor por sua dedicação em levar o povo a aprender ser adorador e não religiosos.

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